segunda-feira, 19 de outubro de 2009


Encontrei-me perdida, assustada, sozinha.

Soltando a liberdade num infinito desconhecido entreguei a alma ás incertezas que me seguiam...

E deixei-me guiar em passos inseguros, na direcção do abismo.
Numa atração sentida, fiz um julgamento interno, deixando-me guiar pela ilusão.

Com a certeza contraditória daquilo que senti, ao imaginar que o abismo seria a conquista da liberdade, onde poderia voar pelos sentimentos.

Desejando para mim mesma, a libertação de mim, fiz dos meus passos um ritmo acelerado...
Queria lá chegar, cair no oculto e agarrar o espaço vazio,

na tentativa de preencher o meu próprio sentir.

Senti-me perdida, confusa...

Na imensidão da liberdade, quis-me encontrar.

Queria a conquista do abismo, mas a crueldade do desconhecido, transmitia-me um medo sufocante, paralizante da coragem que me fazia caminhar,

na direção do destino que julgava tão perto de mim.
Procurei no caminho a segurança, tentando não dar nenhum passo em falso,

que provocasse a queda da minha decisão...

Segui em frente...

Á procura de mim, tentei-me encontrar.

Sem conseguir dominar os sentidos, deixei que lágrimas soltas me alertassem para o objetivo da minha caminhada.

Lutando contra a minha própria vontade...

Devagar...

Segui em frente.
Embriagada pelo cansaço, deixei que o espirito numa luta desigual, fizesse prisioneiro o meu corpo...

e juntos caíssem no abismo que procurava.

Rendida, julguei alcançar o desejado encontro.

O encontro de mim mesma...

Vencendo os meus medos, fechei os olhos.

E deixei uma paz invadir-me de certezas, desenhadas pelo oculto...

Fazendo-me acreditar que a conquista do abismo,

não é de todo o encontro do que procuro, e que jamais me encontrarei...

Sentindo-me vaguear pelos mistérios do infinito, agarro-me á esperança que alguém me possa encontrar perdida dentro de mim ...

Na hora certa, pra ambos...

Sem que o passado interfira, que o presente seja inconstante e que o futuro, nos espere lá na frente...