segunda-feira, 6 de abril de 2009

Incompletos desejos




Os anos se passaram em seu devido lugar.

Deixando registros outrora jogados no esquecimento.

E agora estamos aqui pra lembrar...

Que o tempo vai cuidando das horas...

E as horas vão matando o tempo.

Faz tempo...

Que eu esqueço das horas...

E as horas vão matando o que penso...

O tempo traz a história do mundo nas costas...

Tudo isso vem no sopro do vento.

Tão perto, tão longe...

Hoje o chão passa rápido e perto do futuro.

Me distancio daqui pra lembrar que estarei no amanhã, se precisar...

A memória resiste ao que o tempo insiste em acabar...

Quem se lembra, quem se lembra onde queria chegar...

Ninguém sabe, ninguém sabe onde tudo vai dar.


O que me excita é a tua cara de espanto enquanto tiro minha blusa, e arranco de ti o coração. Beijando, lambendo e sentindo o que há do lado de fora do quarto escuro.

Apenas para que eu possa dizer na manhã seguinte como é ter o peso de sua pele enroscada em meus joelhos.

Não que eu vá gritar ou implorar que volte para buscar o gosto que ficou em mim.

Essa não é a história de amor que eu quero em meu porta - retrato.

Mastigo, degusto e visto-me outra vez.

Fecho a porta e deixo só a sensação de um banho recém tomado grudada no espelho embaçado do banheiro.

Levo comigo a blusa amassada, o corpo suado e a tua cara assustada enfiada em meu seio.




PS: A única verdade é que ninguém quer comer agora, pro gosto chegar depois.