
Os anos se passaram em seu devido lugar.
Deixando registros outrora jogados no esquecimento.
E agora estamos aqui pra lembrar...
Que o tempo vai cuidando das horas...
E as horas vão matando o tempo.
Faz tempo...
Que eu esqueço das horas...
E as horas vão matando o que penso...
O tempo traz a história do mundo nas costas...
Tudo isso vem no sopro do vento.
Tão perto, tão longe...
Hoje o chão passa rápido e perto do futuro.
Me distancio daqui pra lembrar que estarei no amanhã, se precisar...
A memória resiste ao que o tempo insiste em acabar...
Quem se lembra, quem se lembra onde queria chegar...
Ninguém sabe, ninguém sabe onde tudo vai dar.
O que me excita é a tua cara de espanto enquanto tiro minha blusa, e arranco de ti o coração. Beijando, lambendo e sentindo o que há do lado de fora do quarto escuro.
Apenas para que eu possa dizer na manhã seguinte como é ter o peso de sua pele enroscada em meus joelhos.
Não que eu vá gritar ou implorar que volte para buscar o gosto que ficou em mim.
Essa não é a história de amor que eu quero em meu porta - retrato.
Mastigo, degusto e visto-me outra vez.
Fecho a porta e deixo só a sensação de um banho recém tomado grudada no espelho embaçado do banheiro.
Levo comigo a blusa amassada, o corpo suado e a tua cara assustada enfiada em meu seio.
PS: A única verdade é que ninguém quer comer agora, pro gosto chegar depois.