terça-feira, 5 de maio de 2009

A arte de viver...



Viver é a mais importante de todas as artes.
É também o mais longo de todos os aprendizados.
Ela pode ser trágica em seu conteúdo e meteórica em seu percurso.
Rica e admirável em sua mensagem e saudosa em sua lembrança.
O barro da vida clama por mãos que a moldem.
Caso contrário, poderá ficar longe da grandeza para a qual estava destinada.
Ganha-se a vida de graça, mas aprende-se a vivê-la de cobranças.
Nunca temos o suficiente nem nunca somos na medida justa.
Mesmo assim, a vida continua se dando de graça, até para os que vivem desgraçadamente.
Vamos aprendendo aos percalços, nos acertos e cabeçadas, com o bem e o mal que nos tenta.
Continuamos a ser, no dia a dia, até o fim, seus aplicados ou displicentes e, quem sabe, indisciplinados discípulos.
Aprendemos, quando a vida nos derruba, por exemplo, que os tombos doem, até ao dia em que já sabemos como cair e não mais dramatizamos, exageradamente, os quedas que sofremos.
Aprendemos, quando a vida nos afaga, que o coração gosta de ser massageado, até que descobrimos que tais satisfações são pequenas, e que só o verdadeiro grande amor nos completa.
Quando a vida nos sussurra mil promessas, podemos aprender que cair numa tentação pode significar um desastroso descaminho de graves consequências.
A vida é a riqueza maior que temos que, infelizmente, só a aprendemos a apreciar quando estamos quase por perdê-la.
Os anos que temos foram o tempo que já ganhamos para aprender arte de fazer da vida uma fonte de felicidade e de bem aventurança para nós e para os outros.

E entre chegadas e despedidas, vou tentando aprender a perder o que gosto, e a acolher quem chega.



PS: A vida de uma pessoa é um misto, sempre em mutação, de experiências relevantes do passado, circunstâncias imperativas do momento, e esperanças e expectativas quanto ao futuro.