segunda-feira, 27 de abril de 2009

PARA O PEQUENO PRINCIPE...


Nossa!Quanto tempo...

Como vão as coisas no seu planeta?

Aqui no meu andam imensamente estranhas, muito bibibi para pouca flor,

se é que você entende meus simbolismos.

Quem sempre fala de você é aquela ex-miss que vivia chorando por sua causa, lembra?

Ela me contou da sua amizade com a raposa.

Principe, como você é meu amigo, não posso deixar de alertá-lo.

Cuidado com a raposa!

Ela parece uma coisa, mas é outra. Faz-se de fofa e é uma cobra, uma chantagista.

Quando a conheci, ela disse que não podia conversar comigo, pois não sabia quem eu era.

"A gente só conhece bem as coisas que cativou", ela falou toda insinuante.

Respondi que, se nós duas nos cativássemos, ela ficaria triste quando eu fosse embora.

Foi quando saquei que ela queria ter um afair comigo, pois a raposa pegou nos meus cabelos,

eu estava com o cabelo mais claro na época, e disse que tudo bem, porque ela olharia os campos de trigo e lembraria de mim.

Marcamos um encontro para o dia seguinte às 16h00. E ela me pediu pra chegar às 16hoo pontualmente, dessa foma ela ficaria feliz desde às 15h00, somente por esperar o momento do nosso encontro.

Achei estranho, mas pensei que fosse charminho.

Não era!

Cheguei 15min atrasada e a raposa surtou.

Falou que nós somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos.

E perguntou pra mim, olhando no fundo dos meus olhos, se eu tinha consciência de que "perder tempo" com o outro é o que faz essa história ser importante.

Percebeu o tom de chantagem?

Ela joga na cara tudo o que faz em nome do outro.

Ela deseja afeto, mas o quer como uma responsabilidade de mão única.

Porém, também somos responsáveis quando nos deixamos cativar, relacionamentos são vias de mão dupla.

A raposa exige a certeza de um compromisso com hora marcada, impondo regras à troca afetiva, as regras dela, claro, já que ela quer todo o afeto e a favor do seu bem-estar.

Chega a ponto de dizer que será feliz porque você virá, como se a felicidade fosse algo condicionado ao outro, à espera do outro, ao encontro do outro.

Veja que coisa infantil, são as crianças que precisam de horários certinhos e de associar suas emoções às pessoas com quem se relaciona.

Sentindo prazer ou desprazer diante da ausência ou presença da mãe, ou do pai, ou seja lá quem for. Na criança, ainda não há um universo interior, entendeu?

Quando nós crescemos, temos de conseguir ver o mundo através das próprias perspectivas.

Enxergar a beleza do trigal sem nos lembrar de ninguém.

A raposa, como uma criança assustada, quer que aqueles que amam estejam com ela na hora em que ela deseja.

Achando que elas são "responsáveis" pela felicidade dela, ou seja, o outro lhe deve algo por tê-la cativado.

Desde esse dia não falei mais com ela. E aconselho você a fazer o mesmo. Ela não é flor que se cheire.

Mas se ainda sim você quiser ter esse eterno financiamento de sentimentos...

Desejo-lhe boa sorte!
e um bom rendimento, pois os juros podem ser bem altos.



saudades distantes.





PS: SOMOS CO-CRIADORES DOS VALORES QUE QUEREMOS.
AVALIAR E CRIAR.
EIS A ESPERANÇA.