quarta-feira, 12 de agosto de 2009

LIMITES..

Fui ao porto (Limites entre chegadas e partidas) e a um marinheiro de olhos roubados do mar perguntei onde estava o peso que me dominaria junto ao fim do oceano ele me disse:
âncora não se pode comprar, vem com o barco...
vim com defeito, pensei,
estou sujeita ao vento provocado pela asa dos pássaros...
todo o tempo que se desliza sobre esse infinito salgado...
a âncora fica guardada,
silenciosa.
não se percebe seu peso até que revele sua real utilidade.
segurar o mundo enquando o barco não pára de rodar.
O amor é tão forte,
nós geralmente não somos fortes o suficiente para conseguir segurar firme nosso leme.
Veja, as paixões são as velas do barquinho.
E alguém abandona-se inteiramente a seus sentimentos,
apanha vento demais nas velas e seu barco faz água,
e naufraga...
a não ser que ele se recupere.
Alguém que em compensação iça em seu mastro a vela "Ambição"
e siga direto pela vida, sem acidentes, sem sobressaltos, até que...
enfim aparecem circunstâncias que o fazem observar:
não tenho velas o bastante,
e diz então:
daria tudo o que tenho por um metro quadrado de vela a mais e não o tenho.
Ele se desespera.
Ah! mas então ele reconsidera e imagina poder utilizar uma outra...
ele pensa na vela até então desprezada que sempre tivera guardada no porão.
E e se ele não a içar, ele não chegará nunca.

PS: Jogo minha âncora longe do porto, não exite mais chegadas, só partidas.