segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Ausencia...Vem comigo?


Depois de cada momento feliz que tive com você, temia sua ausência.

Tinha a sensação de que tudo que existia era para nós...

Não era como havia sonhado e fantasiado durante anos...

era diferente, uma situação nova, um mundo cheio de nuances com as quais não sabia lhe dar.
Eu era de certa forma uma menina prodígio nessa coisa de amar,

entregue totalmente ao acaso, sem saber no que cada escolha futura me traria,

me afoguei e me perdi como turista, vi montanhas, lagos cristalinos, vi lava, lama

e tudo que a crosta terrestre poderia e gostaria de mostrar.

Decifrei algumas das coisas que jamais pensei que conseguiria,

não sei se desconstrui ou inventei conceitos,

só sei que choveu em cima de cada palavra de carinho que você me deu,

as guardei em gavetas, em pastas virtuais, na pele e por cada poro do meu corpo,


Deveria me envergonhar por isso.

Tão forte por ser tão fraca,
era imoral,

mas eu fiquei ali plantada na história de amor mais linda e incerta que já vivi,

se bem que chego a me questionar da beleza...

ela vem acompanhada de seguidas desventuras,

Nem sempre foi desventura, teve emoção, teve romance, capítulos intensos, potencial...

Sempre temi sua ausência.

Não, não gostaria de escrever sobre um possível final, porque é doloroso...

Talvez um novo começo...
Enfim, o que passou não tem como mudar...

hoje o que me importa é só o que existe...

de resto, deixo ao acaso...

E vivo hoje, amanhã ainda está muito longe...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009


Encontrei-me perdida, assustada, sozinha.

Soltando a liberdade num infinito desconhecido entreguei a alma ás incertezas que me seguiam...

E deixei-me guiar em passos inseguros, na direcção do abismo.
Numa atração sentida, fiz um julgamento interno, deixando-me guiar pela ilusão.

Com a certeza contraditória daquilo que senti, ao imaginar que o abismo seria a conquista da liberdade, onde poderia voar pelos sentimentos.

Desejando para mim mesma, a libertação de mim, fiz dos meus passos um ritmo acelerado...
Queria lá chegar, cair no oculto e agarrar o espaço vazio,

na tentativa de preencher o meu próprio sentir.

Senti-me perdida, confusa...

Na imensidão da liberdade, quis-me encontrar.

Queria a conquista do abismo, mas a crueldade do desconhecido, transmitia-me um medo sufocante, paralizante da coragem que me fazia caminhar,

na direção do destino que julgava tão perto de mim.
Procurei no caminho a segurança, tentando não dar nenhum passo em falso,

que provocasse a queda da minha decisão...

Segui em frente...

Á procura de mim, tentei-me encontrar.

Sem conseguir dominar os sentidos, deixei que lágrimas soltas me alertassem para o objetivo da minha caminhada.

Lutando contra a minha própria vontade...

Devagar...

Segui em frente.
Embriagada pelo cansaço, deixei que o espirito numa luta desigual, fizesse prisioneiro o meu corpo...

e juntos caíssem no abismo que procurava.

Rendida, julguei alcançar o desejado encontro.

O encontro de mim mesma...

Vencendo os meus medos, fechei os olhos.

E deixei uma paz invadir-me de certezas, desenhadas pelo oculto...

Fazendo-me acreditar que a conquista do abismo,

não é de todo o encontro do que procuro, e que jamais me encontrarei...

Sentindo-me vaguear pelos mistérios do infinito, agarro-me á esperança que alguém me possa encontrar perdida dentro de mim ...

Na hora certa, pra ambos...

Sem que o passado interfira, que o presente seja inconstante e que o futuro, nos espere lá na frente...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O que te alimenta?


O que te consome?
O que você consome?
Do que tem fome?
Eu tenho de saber o porquê.
Eu tenho ganas de viver de um que.
O Porquê?

Não sei de que.
Talvez um que de "quero mais".
Um toque de vou atrás.
De que?
Que coisa é essa que intriga.
Querendo ou não.
Vai que seja essa a questão.
Querer ou não querer?
Que te faz questionar com mais veemência?
Que te faz quente com mais frequência?
Que tanta pergunta!
Foi sem querer querendo...
Que seja...

Eu parto do princípio que a parte é menor que o todo...

mas toda vez que que se fala na parte, tudo faz um sentido total.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Saudades do que não existiu...


No silêncio uma inquietude, uma alteridade disfarçada...
Inquilina de todos os riscos...
O parto ocorre.
Parto-me.
Aborto certas convicções.
Exponho cicatrizes...

e acordo os meus, com muito mais cuidado.
Muito mais atenção!
Todo voto que devo partir...
Não deixar escoar a dor!
Nunca deixar de ouvir...
com outros olhos!

Há coisas pessoais mas tão pessoais que por serem especiais não se dizem ,

talvez se escrevam, mas raramente se ouvem.

Ama-se.
No meu mundo eu ponho quem eu quero,

tiro quem eu acho que devo,

e sonho com o meu desejo, daquilo que eu não sei se um dia eu terei.

PS:Todo sopro que apaga uma chama...

Pode reacender o que for pra ficar.